A ideia de unidade da ciência está associada a duas teses. Segundo uma delas, algumas ciências podem ser reduzidas a outras (por exemplo, a biologia à química), de tal maneira que em última análise todas as ciências podem, em princípio, ser reduzidas a uma única ciência englobante (geralmente a física). Há várias maneiras de entender a redução em causa (ver reducionismo). Pode-se sustentar, por exemplo, que as ciências são redutíveis à física no seguinte sentido: todas as afirmações de qualquer disciplina científica podem, em princípio, ser traduzidas para a linguagem da física (ver fisicismo). A outra tese associada à ideia de unidade da ciência diz-nos que todas as ciências obedecem essencialmente ao mesmo método e procuram fazer-nos perceber a realidade da mesma maneira. Os defensores desta tese costumam afirmar que há um modelo de explicação científica aplicável a todas as ciências. Alguns críticos desta perspectiva, como Wilhelm Dilthey (1833–1911), opõem a explicação à compreensão, sustentando que o recurso a esta última torna as ciências sociais muito diferentes das ciências da natureza. Quem, como os filósofos do positivismo lógico, advoga a unidade da ciência, costuma ter em mente apenas as ciências empíricas e, portanto, coloca a matemática e a lógica numa categoria distinta. Ver lei da natureza, método científico. (Pedro Galvão)