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Crítica
27 de Fevereiro de 2016   Estética

A arte

Produção, consumo, comunicação e conhecimento
Aires Almeida

Há obras de arte que valem milhões de euros, galerias e salas de concerto que se enchem, mesmo que seja preciso pagar bem para adquirir um bilhete. Praticamente todos os governos investem somas avultadas na promoção e na divulgação da arte, assim como na educação artística dos seus cidadãos. Os artistas estão entre as pessoas mais prestigiadas da nossa sociedade e muitas instituições públicas e privadas se lhes associam no sentido de os apoiar nas suas actividades criativas. Cabe, então, perguntar: o que tem a arte de especial, que leva as pessoas a atribuir-lhe tanta importância?

A questão anterior equivale a perguntar qual é o valor da arte. O que torna a arte tão valiosa, a ponto de lhe dedicarmos uma parte importante dos nossos recursos e energias? Esse é o problema que iremos discutir aqui: o do valor da arte. Trata-se de um problema filosófico, na medida em que não se pode dizer que a arte tem valor apelando a uma qualquer característica empírica que possa ser observada nas obras de arte. Por exemplo, ninguém tem dúvidas que os diamantes são valiosos porque são raros, têm um brilho único quando polidos e uma dureza excepcional. Já em relação à arte não conseguimos apontar qualquer característica desse tipo. Os filósofos divergem acerca daquilo que torna uma obra de arte valiosa. Será que a arte tem valor porque é um meio de alcançar algum fim que consideramos importante, seja ele educativo, moral, religioso, político, terapêutico ou cognitivo? Se assim for, a arte tem valor porque tem uma função. O seu valor depende, por sua vez, de algo que lhe é exterior.

Às várias doutrinas filosóficas que defendem que a arte tem valor porque cumpre uma função dá-se o nome de funcionalismo, ou também instrumentalismo. Mas há filósofos que defendem que o valor da arte não depende de qualquer função ou característica exterior a si. Estes filósofos defendem que a arte tem valor em si mesma, independentemente de tudo o resto. A doutrina filosófica que defende que a arte tem um valor autónomo é conhecida como a doutrina da arte pela arte, ou também como esteticismo. São estas doutrinas que iremos discutir de seguida.

Antes, porém, justifica-se uma chamada de atenção. Não se deve confundir o problema do valor da arte com outro problema diferente, embora com ele relacionado, e que é o problema da avaliação das obras de arte. A avaliação da arte tem directamente que ver com o problema de saber se uma determinada obra de arte é boa ou má e porquê. Trata-se, portanto, de algo diferente, pois aqui não procuramos determinar quando uma obra de arte é boa ou má. Queremos simplesmente saber por que razão encaramos a arte em geral como algo valioso.

1. A arte tem valor em si

A ideia de que a arte tem valor em si, independentemente da finalidade que muitas obras possam manifestar, é bastante recente. É uma ideia inspirada pelo romantismo, e que começou por ser defendida na primeira metade do século XIX, em França, por figuras como o poeta Baudelaire. Era então conhecida como a teoria da arte pela arte. Na segunda metade do século acabou por ganhar adeptos também em Inglaterra, o mais destacado dos quais foi o escritor Oscar Wilde. Para Oscar Wilde a arte não tem qualquer função. Afirmou que “toda a arte é simplesmente inútil”, o que a coloca acima de qualquer outra actividade. No seu diálogo O Crítico como Artista chega a defender que o valor da arte está mesmo acima daquilo que a própria razão pode compreender. Diz ele:

Se realmente amamos a Arte, devemos amá-la acima de todas as outras coisas no mundo, e, contra tal amor, a razão, se lhe déssemos ouvidos, levantaria a sua voz. Não há nada de equilibrado na adoração da beleza. É demasiado esplêndida para ser equilibrada. (Oscar Wilde, Intenções, p. 153)

E para tornar ainda mais explícita a sua posição irá acrescentar que nem mesmo a ética poderá servir como fim da arte, pois esta está acima daquela.

A estética é algo de mais alto que a ética. Pertence a uma esfera mais alta. Discernir a beleza de uma coisa é o ponto mais alto a que podemos chegar. Até mesmo o sentido da cor é mais importante, no desenvolvimento do indivíduo, do que a noção do bem e do mal. (Oscar Wilde, Intenções, p. 169)

Claro que Oscar Wilde não desconhecia o facto de grande parte das obras de arte terem sido propositadamente criadas com alguma finalidade. Basta pensar nas inúmeras obras musicais, esculturas e pinturas que tinham sido explicitamente criadas com finalidades religiosas. Oscar Wilde conhecia, com certeza, as pinturas de Delacroix e as óperas de Verdi, as quais procuravam declaradamente servir objectivos políticos precisos. Só que para um esteta como Wilde, mesmo que as obras de arte tivessem sido concebidas para alcançar algum fim exterior a si mesmas, não era por isso que elas se tornavam valiosas. Isso explica, aliás, por que razão até um ateu pode apreciar e valorizar obras de arte religiosas. Não é por serem religiosas que elas têm valor, mas pela sua beleza intrínseca.

Acusa-se muitas vezes esta doutrina da arte de ser demasiado elitista, pois a arte assim considerada não passa de um luxo. Luxo do qual só as pessoas que têm o sentido da forma e do estilo podem usufruir. Esse sentido, segundo o esteta, pode ser um dom natural ou o resultado de um longo exercício de entrega total à arte. De uma maneira ou de outra é algo só ao alcance de alguns. Ora, acontece que muitas pessoas encaram as obras de arte quer como forma de diversão, quer como fonte de prazer, quer como fonte de conhecimento, quer como incentivo para agir e sentir de determinada maneira. Será que elas não valorizam a arte? Se a valorizam não deviam valorizar, visto que não têm verdadeiras razões para isso. Estão todas enganadas.

Além disso, alega-se que esta é uma doutrina decadentista. O decadentismo é uma atitude acerca da arte que considera irrelevantes quaisquer outros valores, sejam eles o bem, a verdade ou a honestidade quando se trata de apreciar obras de arte. Em caso de conflito de valores, a arte leva sempre a melhor, trazendo consigo a degradação de muitos dos valores morais que orientam as nossas acções. Em nome da arte, muitas coisas imorais podem ser permitidas. O próprio Oscar Wilde escreveu que “toda a arte é imoral”. Assim, um poema formalmente bem construído, que exponha com satisfação e pormenor o terror e a angústia das pessoas que morreram quando se atiraram das torres do World Trade Center em Nova Iorque depois de atingidas pelos aviões terroristas, pode ter uma grande valor artístico, segundo o esteta. Independentemente do seu conteúdo imoral — ofensivo até —, o poema tem valor em si mesmo. Ora, isto é simplesmente intolerável para muitas pessoas. Nós não atribuímos, de facto, valor a obras dessas, que são inclusivamente dignas do repúdio geral. Logo, a teoria de que a arte tem valor em si mesma, independentemente de quaisquer outros critérios exteriores, parece insatisfatória.

2. A arte tem valor porque tem uma função

Ideia muito diferente acerca do valor da arte é aquela que se pode encontrar nas chamadas teorias funcionalistas. O que têm em comum as diferentes teorias funcionalistas é o facto considerarem que a arte deve ter algum fim exterior a si própria. Na medida em que tais fins dizem respeito a algo que tem valor para nós, assim também a arte acaba por ter valor, pois é um meio para atingir esses fins. Ao contrário da teoria da arte pela arte, há valores superiores ao da arte e dos quais esta depende.

2.1. Arte e prazer

Pensar que o valor da arte reside no prazer que ela nos proporciona é, talvez, uma das ideias mais difundidas. Talvez sejas uma daquelas pessoas que em certas ocasiões guardam o dinheiro do lanche para ir ao cinema, ou que desviam o dinheiro que se destinava a comprar o manual de filosofia para poder ir ao concerto dos R.E.M. Se for esse o caso, por que é assim tão importante para ti ir ao cinema ou assistir ao concerto dos R.E.M.? Não seria surpreendente se a resposta fosse “Porque me dá prazer”. Mas será que o prazer é a razão pela qual atribuímos valor à arte?

Hume foi um dos primeiros filósofos a defender a ideia de que o valor da arte reside no prazer que proporciona às pessoas. Este filósofo não utilizava o termo “prazer”, mas antes “agradável”. Segundo ele, era a sensação de agrado que as obras de arte provocavam em nós que as tornava valiosas e despertava o nosso interesse por elas. Mas sensações de agrado muitas outras coisas que não são arte as podem provocar, como namorar, comer chocolate ou andar de patins em linha. O simples agrado não pode só por si justificar o valor da arte. Se assim fosse, por que razão a 5.ª Sinfonia de Beethoven teria mais valor do que um saco cheio de tabletes de chocolate?

Podemos dizer que os termos “agrado” ou “prazer” devem ser entendidos no sentido de divertimento. Mas nem assim esta perspectiva é plausível. Praticar — e até assistir a — um desporto também diverte. Contudo não valorizamos a arte e o desporto da mesma maneira. Aliás, o divertimento não é visto com os mesmos olhos que a arte. Ninguém diria que as escolas de arte servem apenas para as pessoas se divertirem. Se assim fosse, dificilmente os governos estariam dispostos a financiá-las.

Além disso há obras de arte que aparentemente não proporcionam qualquer prazer. É o caso de muitas obras experimentais da música, das artes plásticas, do teatro ou no cinema. Há até casos de obras que provocam sensações contrárias às de prazer, como acontece com os filmes de terror. Mesmo que queiramos referir formas de prazer mais elevadas, que não o mero divertimento, é duvidoso que possamos dizer que a arte tem valor porque proporciona prazer. Ainda que proporcione prazer, como de facto acontece com muitas obras de arte, tem de haver algo mais que explique o valor da arte.

2.2. Arte e moral

Que a arte tinha importantes implicações morais já era claro para Platão e Aristóteles. Mas que tipo de implicações eram essas? A resposta a esta pergunta estava na origem das suas divergências acerca do valor da arte.

Platão tinha uma opinião desfavorável à arte, devido àquilo que considerava ser um efeito moralmente negativo nas pessoas que agiam sob a sua influência. Como vimos, tanto para Platão como para Aristóteles a arte era imitação. Também já vimos que quando estes filósofos falavam de arte, pensavam sobretudo nos tipos de arte mais importantes da sua época, como a poesia, a escultura ou as representações públicas das tragédias.

Ora, para Platão, imitar algo era já de si negativo, pois afastava-nos da verdade. Mas não era só isso que havia de errado nas imitações. Elas também tinham de errado o facto de apelarem às emoções. Na medida em que as imitações nos fazem ver as coisas de forma emocional, o seu resultado não pode ser senão algo de instável e pouco racional. Portanto, ao apelar a comportamentos imitativos e emocionais, a arte afasta-nos do bom senso e pode tornar-se socialmente perigosa. Por isso a arte deve ser controlada no sentido de apenas serem permitidas aqueles obras que apresentassem modelos a imitar. Todas as outras devem ser proibidas. A preocupação de Platão era, portanto moral. Platão pretendia que os jovens não agissem emocionalmente perante obras cuja imitação levava a comportamentos moralmente reprováveis.

Muitas pessoas nos nossos dias pensam que certos programas de televisão mais ousados e que certos filmes com cenas violentas não deveriam ser permitidos, pois oferecem maus modelos aos jovens. Modelos que muitos jovens imitam sem pensar. O tipo de preocupações manifestado por essas pessoas não é muito diferente do tipo de preocupações que Platão manifestava em relação à arte. Preocupações que são, hoje em dia, extensivas à publicidade. Muita da publicidade que vemos nas ruas e nas televisões pouco mais é do que um conjunto de imagens sugestivas e esteticamente bem conseguidas, de modo a provocar nos consumidores uma reacção emocional de imitação. A sua função é seduzir em vez de persuadir racionalmente.

Aristóteles não era tão pessimista em relação à arte. Segundo ele, quando assistimos à representação de uma tragédia, somos mesmo afectados pelos sentimentos de piedade ou de medo imitados pelos actores. Só que ao sermos afectados por diferentes sentimentos, tais imitações dão-nos a oportunidade de exaltarmos os bons sentimentos, ao mesmo tempo que nos libertarmos das energias associadas aos sentimentos perigosos que existem em nós. Assim, a arte serve para uma espécie de purificação das pessoas. Aristóteles chamava catarse a esse processo de purificação dos sentimentos que a arte proporcionava. Actualmente muitas pessoas diriam que a arte serve de “escape” e de libertação de energias perigosas, contribuindo assim para o nosso equilíbrio emocional. Neste caso, a arte tem uma função moral que aponta no sentido contrário do que Platão defendia. Podemos assim discutir se as crianças, ao verem desenhos animados com cenas violentas, estão a correr o risco de imitar tais comportamentos de forma moralmente indesejável, ou se estão apenas a libertar energias perigosas que de outro modo tenderiam a manifestar-se em situações bem mais melindrosas. Como se vê, esta é uma discussão iniciada por Platão e Aristóteles, mas que permanece actual. Deve dizer-se, contudo, que embora se trate de uma discussão acerca da função moral da arte, parte da solução depende mais das ciências empíricas, como a psicologia, do que da filosofia.

Mas o que acabou de ser referido apenas significa que muita arte pode ter implicações morais, o que é perfeitamente aceitável. Outra coisa diferente é dizer que o valor da arte em geral reside na sua função moral.

O escritor russo Lev Tolstói, de quem já falámos a propósito da arte como expressão, defende precisamente que o valor da arte se encontra na função moral que ela desempenha. Assim, a primeira ideia que Tolstói rejeita é a de que o valor da arte consista no prazer que proporciona. E rejeita também a ideia de que a arte tenha valor em si. Segundo Tolstói, o artista exprime determinado tipo de sentimentos que contagiam as pessoas e as fazem agir de acordo com eles. O que dá valor à arte é o tipo de sentimentos que o artista exprime, os quais devem contribuir para o progresso e bem-estar da humanidade. A arte serve, portanto, como elo de ligação e de união entre as pessoas.

Perante isto podemos perguntar qual o valor das inúmeras obras de arte que não exprimem nada e que, por isso mesmo, não têm qualquer conteúdo moral? Qual será o conteúdo moral e os sentimentos expressos em muita da arte abstracta? Será que essas obras não têm valor? A resposta de Tolstói é radical. Muitas dessas obras não têm qualquer valor. Chega ao ponto de incluir entre as obras de arte falhadas algumas peças de Shakespeare, pinturas de Miguel Ângelo e óperas de Wagner. Até algumas das suas próprias obras Tolstói considera obras de arte falhadas. É o que, segundo ele, acontece com aquelas que são geralmente consideradas as suas duas maiores obras-primas, os romances Guerra e Paz e Ana Karenina.

Ora isto só por si parece completamente absurdo, na medida em que nos obriga a não reconhecer qualquer valor a obras de arte que são geralmente consideradas como obras-primas. Assim, também esta teoria tem de ser falsa.

2.3. Arte e conhecimento

Apesar de ser verdadeiro que há obras de arte que proporcionam prazer e que servem para unir as pessoas num mesmo sentimento, nada disso explica totalmente por que razão a arte em geral é valiosa.

Será que a arte é uma coisa valiosa porque alarga o nosso conhecimento? Há quem defenda que é precisamente isso — o facto de alargar o conhecimento — que torna a arte valiosa. Chama-se cognitivismo estético à teoria que defende tal posição. O termo “cognitivismo” deriva da palavra latina que significa conhecimento.

O cognitivista apresenta, desde logo, uma grande vantagem em relação às teorias anteriores. Essa vantagem consiste no facto de o conhecimento ser altamente valorizado pela maioria das pessoas. O elevado estatuto de que goza a ciência decorre exactamente disso. A ciência produz conhecimento, por isso tem um grande valor, justificando os esforços e investimentos que se façam para o seu desenvolvimento. O prazer nem sempre é assim valorizado, havendo mesmo certos prazeres cujo valor é posto em causa por muitas pessoas. E os eventuais valores morais que uma obra possa transmitir nem sempre são partilhados por todos. Por isso o cognitivismo estético pode ser uma boa teoria se conseguir explicar de que maneira a arte aumenta o conhecimento.

Um ilustre representante do cognitivismo estético, o filósofo americano Nelson Goodman, escreve no livro Modos de Fazer Mundos que “as artes não devem ser levadas menos a sério do que as ciências como modos de descoberta, criação e alargamento do conhecimento no sentido amplo do avanço da compreensão”. Se assim for, o valor da arte nunca é menor do que o das próprias ciências.

Mas como consegue um quadro, uma música ou um poema fazer avançar o nosso conhecimento? Mesmo que seja verdadeiro que algumas obras de arte, como pinturas e romances, contenham informação importante, daí não se segue que as pessoas consigam aprender algo com todas. Será que o conteúdo de muitos poemas pode ser verdadeiro ou falso, como sucede com o conteúdo das teorias científicas? À primeira vista parece que não. Contudo, como Goodman sublinha, isso só é assim se encararmos o conteúdo das obras de arte em sentido literal. Só que a arte não funciona desse modo. A arte funciona de modo simbólico, metafórico e não literal. É para melhor as compreenderem que historiadores e sociólogos se interessam pela arte de uma determinada época ou cultura. Apreciar obras de arte é uma maneira de entender melhor não só as pessoas que as produziram, como a própria realidade que referem. Como diz Goodman, “Dom Quixote, tomado literalmente, não se aplica a ninguém, mas tomado figurativamente, aplica-se a muitos de nós”. Por isso, “perguntar se uma pessoa é um Dom Quixote (isto é, quixotesca) ou um Don Juan é uma questão tão genuína como perguntar se uma pessoa é paranóide ou esquizofrénica, e mais fácil de decidir”. Frequentemente sentimos grande dificuldade em descrever uma certa realidade e acabamos por recorrer a algum exemplo retirado da arte para o fazer de forma bastante eficaz. Goodman chega a defender que os recursos do artista chegam a ser bastante mais “variados e impressionantes que os do cientista”.

Além disso, muitas das sensações visuais, auditivas, tácteis, etc., que a arte provoca e que fazem parte da nossa actividade mental, acabam por sua vez por conduzir o olhar, a audição, o tacto etc. Assim, a arte influencia a forma como vemos e sentimos as próprias coisas. Peças musicais aparentemente destituídas de significado como as repetições quase hipnóticas da música minimalista podem também ter valor cognitivo, na medida em que são um estímulo à nossa percepção, fazendo-nos perceber aquilo que de outra maneira passaria despercebido. A arte pode assim contribuir para alargar o nosso entendimento, pois explora e enriquece muitos aspectos da experiência humana. Neste último caso, o conhecimento que se encontra na arte pode não ser proposicional, mas mesmo assim é conhecimento.

A ser assim, a arte é uma forma de conhecimento que não rivaliza com a ciência — estas complementam-se, enriquecendo o nosso conhecimento cada uma à sua maneira.

Aires Almeida
A Arte de Pensar (Lisboa: Didáctica Editora, 2003)

Revisão

  1. Formula claramente o problema do valor da arte.
  2. O que defende o esteta acerca do valor da arte?
  3. Muitas obras de arte foram criadas com uma certa função. Será que para os estetas essas obras não têm valor? Porquê?
  4. Por que razão o esteticismo é acusado de defender uma teoria da arte demasiado elitista?
  5. Por que razão é o esteticismo acusado de ter uma atitude decadentista em relação à arte?
  6. Apresenta uma crítica à teoria da arte pela arte.
  7. Por que razão o prazer não pode ser uma boa explicação do valor da arte?
  8. Muitas obras de arte divertem. Será que essa é uma boa explicação do valor da arte? Porquê?
  9. Resume o argumento de Platão contra a arte.
  10. Resume o argumento de Aristóteles a favor do valor da arte.
  11. Qual é, segundo Tolstói, o valor da arte?
  12. Por que razão a arte tem uma função moral, para Tolstói?
  13. Tolstói dá vários exemplos de obras de arte falhadas. Esses exemplos acabam por refutar a sua própria teoria. Porquê?
  14. O que é o cognitivismo estético?
  15. O cognitivismo apresenta, à partida, uma grande vantagem relativamente às teorias rivais. Qual é?
  16. Apresenta um argumento a favor da tese segundo a qual a arte alarga o conhecimento.
  17. Segundo o cognitivista a arte alarga o conhecimento, mas de maneira diferente da ciência. Aponta algumas diferenças.

Problemas

  1. Será que obras formalmente bem concebidas, mas que exaltem ideais nazis, terroristas ou racistas podem, mesmo assim, ter valor artístico? Porquê?
  2. Será que há obras de arte que não só não causam prazer, mas que causam em nós sensações desagradáveis?
  3. Será que a arte pode ser perigosa e nos pode manipular?
  4. Será que uma obra como 4’ 33’’ do compositor John Cage, a qual consiste em 4 minutos e 33 segundos de silêncio na sala de concertos, pode ter valor cognitivo? Justifica.

Estudo complementar

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