A pseudofilosofia consiste em elucubrações que se apresentam como filosóficas mas que são ineptas, incompetentes, que carecem de seriedade intelectual e que reflectem um compromisso insuficiente com a procura da verdade. Em particular, abrange discussões que usam os instrumentos racionais da reflexão filosófica com outros fins que não a investigação séria — como o favorecimento de interesses relacionados com o poder, a influência ideológica, a pompa literária ou algo desse género. (Sem dúvida que os filósofos em geral têm tendência para fazer esta acusação de insuficiente seriedade intelectual e falta de força persuasiva aos que aderem a escolas de pensamento rivais, que diferem da sua própria posição em questões de princípios fundamentais.)
Tal inaptidão raramente é professada pelos seus próprios praticantes, mas emerge com as objecções dos oponentes. Alguns exemplos centrais são a teoria da inexistência de verdades atribuída pelo Sócrates platónico aos sofistas da antiguidade clássica, a teoria conflituosa da verdade atribuída pelos académicos medievais aos chamados averroístas, o niilismo radical por vezes atribuído aos cépticos renascentistas, e o irracionalismo e relativismo imputado aos existencialistas e pós-modernistas pelos filósofos mais ortodoxos de hoje em dia. Os entusiastas mais radicais do desconstrucionismo inspirado em Derrida constituem uma ilustração vívida — pois não faz sentido tecer elaboradas teias textuais para demonstrar que os textos nunca têm uma construção interpretativa estável. Se os textos são incapazes de transmitir uma mensagem fixa, não faz claramente sentido qualquer diligência no sentido de transmitir esta lição por meio de textos.
O rótulo “pseudo” é particularmente adequado para aplicar aos que usam os recursos da razão para substanciar a afirmação de que a racionalidade é inalcançável em questões de investigação — pois a sua prática trai claramente a sua doutrina. Sobre o que não se pode tratar com força persuasiva filosófica, os filósofos têm de se manter em silêncio.