Jerome Stolnitz nasceu no dia 11 de Junho de 1925, na cidade de Nova Iorque. Licenciou-se na City College de Nova Iorque em 1944 e doutorou-se em filosofia na Universidade de Harvard em 1949. Começou a sua carreira como professor na Universidade Colgate em 1949, continuou na Universidade de Rochester, e acabou no Lehman College da Universidade da Cidade de Nova Iorque, onde deu aulas de 1968 até se reformar, em 1992. Em 1970–1980 foi presidente da Sociedade Americana de Estética. É sobretudo conhecido como filósofo da arte. A sua abordagem característica das questões estéticas combina uma insistência na importância da análise crítica de conceitos, a atenção empírica à própria experiência das obras de arte, e uma disposição persistente para defender, contra os críticos modernos, abordagens da consciência estética baseadas na tradição.
A mais destacada das doutrinas controversas que defendeu é a perspectiva de que há uma disposição de espírito identificável e única que constitui a atitude estética, uma atitude que fornece a base correcta da experiência estética em geral. Stolnitz define esta atitude como “atenção e contemplação desinteressada e receptiva de rigorosamente qualquer objecto de consciência, só por si” (1960, p. 35). O elemento nuclear desta definição é o desinteresse, um conceito herdado de vários proponentes do século XVIII, mas aprimorado e modificado por Stolnitz, que se tornou o seu principal defensor moderno. Onde Kant, por exemplo, considerara que esta qualidade excluía o interesse em ter ou possuir uma coisa, e outros pensadores consideraram que separava a atenção estética de vários interesses práticos, Stolnitz considera que o desinteresse exclui tanto o interesse cognitivo (o interesse em ganhar conhecimento acerca de uma coisa) como o interesse hipercrítico (o interesse em avaliar ou seriar as coisas). A atenção desinteressada própria da atitude estética é, segundo Stolnitz, uma atenção desligada de qualquer propósito que não simplesmente a experiência que se tem e a fruição das qualidades do objecto por si mesmas.
A sua concepção da experiência estética é invulgarmente lata. Stolnitz abraça uma perspectiva da crítica de arte que acolhe a legitimidade de várias interpretações rivais de uma dada obra. A noção de cuidado receptivo que defende visa derrubar as barreiras do tendenciosismo e da enculturação, para dar aos objectos a oportunidade de mostrarem que podem merecer atenção. Stolnitz considera a extrema diversidade de preferências estéticas uma boa prova de que nenhum objecto é impermeável à consideração estética. Nesta arena aberta, a feiura pode ser tão importante e reveladora como a beleza. A sua abordagem da feiura como qualidade estética é particularmente subtil e iluminante. Stolnitz faz notar que uma teoria estética que excluísse os aspectos negativos da experiência seria tão inútil como uma teoria moral que só lidasse com o bem e negligenciasse o mal. Por último, Stolnitz identifica várias maneiras de a feiura na arte poder ter resultados benéficos (por exemplo, os elementos horrendos da tragédia).