vagueza
Uma afirmação é vaga quando dá origem a casos de fronteira indecidíveis. Por exemplo, a frase “Sócrates era calvo” é vaga porque apesar de ser obviamente verdadeira caso Sócrates tenha zero cabelos, e falsa caso tenha muitos milhares, há casos intermédios em que não se sabe se a frase é verdadeira ou falsa. Toda a linguagem é vaga, mas devemos tentar ser tão pouco vagos e tão precisos quanto possível, particularmente em filosofia. Por exemplo, no dia-a-dia diz-se que o Fédon, de Platão, “tem a ver com” a imortalidade da alma, e que “remete para” problemas metafísicos. Mas em filosofia quer-se maior precisão: uma formulação e discussão clara dos problemas, teorias e argumentos discutidos e apresentados no Fédon. (Desidério Murcho)